domingo, 25 de dezembro de 2011

Sobre a minha visão de educação, reflexões de um professor

     O processo educacional inúmeras vezes se perde na dicotomia pensamento x sentimento, conteúdo x indivíduo o que fatalmente joga o procedimento pedagógico no antigo paradoxo segundo o qual o educando finge que aprende e o educador finge que ensina. Quando apenas o conjunto de conhecimentos é contemplado, o indivíduo transforma-se em mero receptáculo de um conjunto de informações desconexas, apenas reproduzindo conceitos e idéias pré-formatadas sem necessariamente significá-las, uma vez que não consegue aplicá-las. Por outro lado, o simples trabalho do indivíduo enquanto pessoa não o capacita, já que o elemento de conhecimento, o "tijolo de informação" necessário para trabalhar determinada lacuna cognitiva, transformada em problema prático não existe. Saber consertar um carro não resolverá o problema se as ferramentas necessárias não estiverem à disposição, da mesma forma que o conhecimento sobre o funcionamento dos motores não explica o problema característico daquele carro ou o conhecimento e posse das ferramentas em nada surtirá efeito se não houver conhecimento da teoria. 
     A verdadeira educação, baseada em competências, habilidades e conhecimentos deve priorizar o indivíduo como um todo. Saber e Ser, ou ainda, Saber Saber e Saber Ser como disse Perrenoud, deve levar em conta que mente, memória e corpo são agentes de um mesmo todo, formam um conjunto único denominado, agora sim, EDUCANDO, no sentido de ser alguém que está se formando por completo, entendendo que a sua humanidade reside não apenas no seu eu mas também nos conhecimentos que a humanidade angariou, ainda que os conhecimentos unicamente, não sejam capazes de gerar um ser humano, que necessita, também, de elementos emocionais.
     A interpretação é subjetiva, atravessa filtros pessoais, logo, se esses filtros não forem trabalhados, ao contrário de gerar significação geram um vazio, ou mesmo uma imagem destinada a se perder, uma vez que o filtro bloqueia a significação e não a informação.
     A verdadeira significação é o fundamento da educação mas ela só ocorre se a instituição de ensino e o educador estiverem preparados para despertar as emoções positivas e auxiliares no educando. Por isso, instituição, educador e educando devem se preocupar com sua compleição física, emocional e intelectual. 
     Baseando-se no pensamento de Perrenoud, para saber aprender é necessário trabalhar o filtro do educando, que ao invés de relacionar e alterar a zona de conhecimento proximal gera uma muralha de proteção desta, evitando que ela seja abalada e, portanto, que ocorra uma mudança nas concepções prévias do educando e bloqueandoo aprendizado. Uma importante ferramenta, então, é aquela que permita trabalhar o filtro. 
     O mais importante na educação é a mudança das crenças de cada um. Todas as pessoas tendem a proteger sua zona de conhecimento proximal, suas verdades e concepções, o que leva a uma repulsa ao conhecimento que pode, de alguma forma, alterar sua visão de mundo. Cabe ao educador modificar essa estrutura buscando alterar mais essa concepção do educando. 
     Outro fator pouco levado em consideração é o fator emocional, muito se fala em ser cuidadoso com a auto-estima do educando, mas pouco se fala em como ajudá-lo a trabalhar suas emoções, se a escola é o local de aprendizagem, deve também se preocupar em ensinar auto-controle, como o educando pode discernir suas emoções e trabalhar com elas. A emoção, junto ao intelecto, é a grande ferramenta humana para a realização pessoal, mas também pode ser sua derrocada. A emoção bem canalizada se torna um combustível para o crescimento pessoal, porém, desordenada é um fator extremamente limitante para o conhecimento. 
     É importante também entender quais são os objetivos do educando e como colocar objetivos novos para ele. Uma vez colocados esses objetivos, como atingi-los. 
     Direcionar suas energias de forma a atingir seu objetivo não é algo trivial, necessita de técnica, capacitação, e acima de tudo, orientação, momento este no qual o educador se faz novamente uma figura chave, agora trabalhando o "Saber Fazer", outro pilar importante da educação e é por isso que a escola deve se preocupar com esse fator, mostrando sua importância para atingir objetivos. 
     Outra função importante da escola é, então, despertar o educando para a importância do conhecimento, uma importância concreta, real aplicação na sua área específica de atuação. Assim, a redefinição do momento da avaliação deve assumir um outro perfil, como trabalha Vasco Moreto a avaliação não deve ser um momento isolado mas sim encaixado em um objetivo mais amplo. 
     Se a avaliação está embutida no processo, o educando percorre o caminho de forma mais natural e centrada, evita-se que ele se perca dentro dos próprios pensamentos de forma que o foco fica mais fácil. A aprendizagem se vê completada pela avaliação, que se torna um foco de competências e não mera aplicação de habilidades. Para tanto, porém, o primeiro a mudar deve ser o educador, que, muitas vezes, acomoda-se em sua zona de conforto. O educador deve entender, acima de tudo, que o educando não será especialista em sua área e que pessoas diferentes apresentam filtros diferentes, o que faz com que suas compreensões sejam diferentes e, portanto, as dificuldades também. A mobilização de habilidades diferentes depende da compreensão, e a compreensão depende do seu filtro. 
     Relevante também é entender que uma vez que a zona de conhecimento é abalada não necessariamente se reestruturará sozinha, é muito mais fácil que os filtros mais internos impeçam a nova informação de se fixar e alterar suas concepções prévias. Cabe então, ao educador, auxiliar a re-acomodação e, para isso, deve dar ao educando o equilíbrio emocional necessário, conectando-se a ele. A parte mais importante nesse processo é o laço de confiança que deve se estabelecer entre educando e educador. 
     É justamente o educador que vai definir ou re-definir a zona de conhecimento do educando. Para tanto, deve lançar mão de técnicas que permitam a significação de símbolos que irão representar os novos conhecimentos adquiridos. Observe que uma informação passa a ser conhecimento apenas após nos apropriarmos dela, ou seja, fixarmos em nossa zona de conhecimento. Nesse caso, o conhecimento passa por três etapas básicas: 

                                     APRESENTAÇÃO   =>    depende do filtro do educador

                                     ENTENDIMENTO  =>     depende do filtro do educando

                                 APROPRIAÇÃO    =>      depende da inter-relação educador - educando

     Infelizmente, a maioria dos educadores, esquecendo a individualidade de cada educando e, portanto, seus filtros pessoais, prende-se à apresentação, que é subjetiva e, portanto, não necessariamente eficaz. As técnicas mais importantes seriam o entendimento, pois deveriam levar em consideração a tríade que define a individualidade do educando: suas concepções prévias, suas estruturas emocionais e seu funcionamento psico-fisiológico. 
     A avaliação deveria se iniciar nesse momento, ou seja durante a apresentação, o que daria ao educador uma radiografia da forma como o educando está trabalhando seu entendimento e dá indícios de como o educador deve auxiliar nesse processo. Nunca é demais lembrar que, de fato o processo de ensino-aprendizagem ocorre nesse momento que é justamente aquele com o qual o educador menos se preocupa partindo da apresentação direto para a avaliação escrita, que só deveria ocorrer no fim da apropriação, afinal, ao olhar do professor, o educando só é capaz de definir ou utilizar conhecimento que já deveria estar apropriado. 
     Nesse momento, após a apropriação, temos o "tijolo" necessário para tapar a lacuna de um problema prático. Aqui começa o segundo momento do processo, que é realmente o objetivo social da educação, aplicar conhecimento apropriado às situações reais, assim atingimos as competências que se espera de um indivíduo no meio social. 

quarta-feira, 18 de maio de 2011

E a educação, como vai?

Há dez anos atrás entrei para os sindicato de professores e vi essa realidade. O primeiro e maior problema da educação é que o professor não é considerado profissional, nem pelos governantes, nem pelos patrões e muito menos pela população. Os governantes nos usam hoje como um dia usaram a seca no nordeste, os patrões como idiotas que se prestam a qualquer coisa pois tem que entender a realidade da escola, e pela sociedade que é incompetente para educar seus filhos e acha que o professor tem obrigação de atura-los por eles e o que é pior mais obrigação ainda de manter o protecionismo que eles recebem dentro de casa como se o mundo girasse em torno deles, enfim, educação perdeu o sentido nesse país, reunioes e mais reunioes em várias escolas sempre a mesma coisa, fazer ocorrencia, conteudo atrasado, horário, determinações para que o aluno fique dentro da sala como se a solução mágica fosse ele estar dentro da sala, o milagre financeiro da decada de setenta trasladado para a educação do seculo XXI, não ouço perguntar o que falta ao aluno para que ele aprenda, o que acontece que ele não da atenção ao seu aprendizado, porque ele não se sente na obrigação de responder pelo seu próprio conhecimento, pegam teorias de grandes pensadores e distorcem para o que eles querem, "o aluno tem que aprender a aprender" que inicialmente significava deixar claro ao aluno que o verdadeiro responsável por seu aprendizado é ele mesmo e que portanto ele tem que desenvolver suas próprias estratégias, virou ficar dando visto em caderno para fingir que o aluno esta desenvolvendo hábito de fazer tarefa, como se numa tarefa de alguns exercícios resumíssemos toda a teoria sobre um assunto desenvolvida ao longo de anos por mentes admiráveis de pensadores, "aprender ser" virou fazer ocorrencia para que o aluno se torne um cavalo encilhado que obedeça a ordem estabelecida ao invés de transformá-lo em um crítico, capaz de argumentar e se colocar respeitando os limites e a variedade de pensamentos e posições mas acima de tudo mantendo sua individualidade. O que fizeram da educação? o que estão fazendo com o profissional da educação? Gostaria que meus colegas, meus amigos, meus alunos e meus patrões perdessem dez minutos assistindo ao vídeo, não é vírus, não se preocupem, meus colegas para dizer que nesses dez anos de sindicato nunca tivemos apoio da classe, ao contrário, cada um ve seu próprio rabo, então se fazem isso conosco é também porque não existe união na classe, um bando de imbecis que acham que porque conhecem um pouco do conteudo específico de sua área, se denominam intelectuais e não entendem o valor da estrutura sindical porque mal sabem como funciona o modo de produção capitalista, nunca leram sequer uma frase de Marx ou Engels e se acham no direito de falar estupidezas porque seus desejos pessoais não são satisfeitos, eu faço a minha parte, mas todos tem que fazer a sua. Aos meus alunos para que reflitam um pouco e comecem a respeitar os profissionais que, todos os dias, se encontram em sua frente, mesmo com todas as adversidades, para tentar manter vivo o conhecimento humano, embora respeito seja algo que cada dia que passa está ficando mais no ambiente dos dicionários uma vez que ninguem aprende mais isso, os pais não tem, não ensinam aos filhos que não ensinarão aos netos, já que o brasileiro é um povo que não sabe respeitar nem a si próprio, veja os governantes que escolhe e o que aceita deles. Aos meus patrões para que entendam que, professor não é prostituta que por qualquer dinheiro faz o que querem, até porque professor bom, como qualquer outro profissional é dificil de se achar no mercado, entrar na sala hoje em dia e resolver meia duzia de exercícios qualquer um pode, dar uma aula de verdade é para poucos, o que faz muita diferença, mas infelizmente a educação está na mão de gente que nunca fez educação, pedagogos que nuna entraram numa sala de aula, diretores que não sabem sequer como segura um giz e mantenedores que só veem na escola um jeito de ganhar dinheiro, mas o que esperar de um pais no qual o ministro da educação é advogado com doutorado em filosofia? será que ele já deu aula numa escola de periferia ou mesmo numa escola de verdade? Pior aqueles que passaram pela sala de aula e se venderam quando chegaram do outro lado, bem diz Maquiavel:"o poder é coruptivel", sentem a oportunidade de se realizarem, de superarem suas frustrações e pronto, sobem na folha de sulfite e querem dar discurso, querem mandar como se a classa formadora do país fosse um bando de bóia fria tratado como um qualquer coisa, pior que muitas vezes a classe se deixa ver como tal, esquecem os verdadeiros objetivos da educação em nome de uma estrutura que satisfaça a seus próprios desejos, evocam o sacerdócio do educador como se ele fosse amaldiçoado pela prática de sua profissão e, por isso, tivesse perdido todos os direitos, enfim, a educação nesse país é isso, um bando de gente frustrada dirigindo pessoas que não se dão valor e uma classe dominante se aproveitando disso para ganhar votos, como resolver? Primeiramente valorizando o profissional, respeitando-o como se respeita um médico, um engenheiro, um advogado, que só o são porque passaram pela cadeira de uma escola e pela pessoa de professores, enquanto qualquer um puder entrar numa sala de aula para dar aula e os governantes, diretores e mantenedore acharem que podem agir com o professor como se ele fosse um ofice boy melhorado ou uma babá de luxo, manteremos essa situação deprimente que é a educação desse país. 



Se alguem de alguma forma se viu desrespeitado, seja colega, patrão ou aluno, significa que a carapuça serviu, então repense. Ensinar é passar ao educando os conhecimentos adquiridos pela humanidade ao longo de séculos, aqueles pelos quais revoluções foram feitas, homens morreram e cientistas abriram mão de suas vidas, qualquer coisa afora disso é responsabilidade da família, da sociedade, não do professor.

sábado, 15 de janeiro de 2011

"Ideologia, eu quero uma para viver"

Pois é, aqui estamos, pessoas agredidas na paulista, gente se preocupando com banheiros gays em quadras de escola de samba, bulling nas escolas americanas, e novela da globo com personagens gays, fugindo dessa temática o Rio em calamidade, Etna em erupção, Europa embaixo de neve, meu Deus, como tem coisa pra se discutir no mundo, tanta coisa que parece que o tempo não dá conta, aí passo na frente do cinema, um cartaz, lançamento do cinema brasileiro, Bruna Surfistinha, o que é isso, por favoooor, não tem nada melhor nesse país do que filmar a vida de uma prostituta, tá certo, depois que fizemos um delinquente, genial como poeta, isso é indiscutível, mas delinquente, como Cazuza parecer um cara a ser seguido, uma vida a ser romanceada, teve também o Selton Melo que já teve que encarar um traficante de luxo e um brasileiro que alcançou a fama por um erro da polícia britânica, a unica coisa extraordinária nesse caso é o erro porque mais nada justifica o filme, a grande bilheteria fica por conta da polícia, olha que legal, assumimos que nossa polícia é corrupta, que o policial está com os nervos em frangalhos, fazemos filme sobre isso, aplaudimos e... e nada mais, tudo como antes no reino de Arantes, mas vejam só a polícia tomou o complexo do Alemão, todo mundo aplaudiu, não sei porque, primeiro, não fizeram mais que a obrigação, para isso existe um estado organizado, e segundo, se tomaram  é porque haviam perdido e perderam porque, justamente por tudo o que era, é e será por muito tempo da mesma forma, não acabo com o tráfico, apenas faço com que ele mude de base de operações. Que tal, depois de Bruna Surfistinha, talvez um filme sobre Marcola ou Fernandinho Beira-Mar, vamos fazer a sociedade acreditar que tem algo de interessante na vida dos fora da lei, nesse caso pelo menos "nossos heróis não morrerão de over dose" rsrsr, isso é a falta total de ter do que falar, falta de caracterização de ídolos, falta de conceitos, o que é certo ou o que é errado, o criminoso vira filme, de filme vira modelo, de modelo vira herói, que o diga Virgulino Lampião ou o Padrinho Padre Cícero, ou mesmo os bandeirantes, que país é esse? como ninguém enxerga o que está por trás de tudo isso, a falta de cultura, falta de modelos, falta de educação, enquanto filmes extremamente inteligentes, mesmo comédias, elevam o nosso cinema, as grandes bilheterias ficam por conta dos Bope da vida, o que faz uma pessoa chegar na frente de um cinema e fazer essa escolha? o que leva um pai a deixar o filho assistir e começar a copiar um modelo como esse? Talvez nem o pai tenha modelos, custo a ser pago por anos de ditadura, de acefalamento da sociedade, de repressão das idéias, me pergunto o que esperar de um país assim, que espera o começo de todos os anos para assistir Big Brother, será que vale a pena, dá pra acreditar que esse é o país do futuro? Que futuro? Quem não sabe de onde vem, como pode saber para onde vai? Quando o correto será o certo e a cultura será realmente valorizada? Talvez quando entenderem que o pilar de todas as nações sempre foi educação, mas educação de verdade, com seriedade e não com números, o dia em que ouvirmos um discurso pedagógico que não cite estatísticas mas sim, aprendizagem, nesse dia talvez, até lá "ideologia, eu quero uma pra viver".

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Espera que será tamen!!!

Domingo, Avenida Paulista, um passeio, nossa, alguém em nossa direção, nossa uma agressão, chama-se a polícia e ela vai averiguar os fatos, talvez não tenham gostado de meus tênis, ou melhor, não gostaram foi do meu casaco, mas será que eu estava usando casaco? Talvez o problema tenha sido mesmo aquela pinta que tenho no pescoço, ou será que não tenho, afinal, tudo seria motivo, menos o mais visível, e por que? Porque admiti-lo seria ter que agir, ter que agir significa sair do confortante patamar de dizer que existe tolerância no Brasil e admitir que nosso povo é estúpido, um palhaço pode ser deputado federal, uma mentirosa pode ser presidenta, podemos aplicar provas imbecis para medir o nível de educação e simular dados, mas admitir que exista preconceito, que nossa civilidade é mesquinha, que as escolas e o estado não cumprem seu papel e que o cidadão não possui o dever sagrado de exercer sua humanidade, porque não estamos falando de sexualidade, estamos falando de humanidade, de ser o que se é, de poder andar, se verstir, se portar como aquilo que se é. Mulheres podem entrar gravidas na igreja de branco e a sociedade fingir que o ato sagrado do matrimônio está sendo respeitado, filhos podem discutir heranças em cima do caixão de seus pais ainda quentes e a sociedade acha que é direito, assassinos podem fazer rebeliões e os direitos humanos agem para assegurar-lhes dignidade, mas pessoas não podem andar na rua porque rapazes de classe média resolvem extravasar e escolhem o alvo segundo aquilo que lhes convém, mas é claro, como um índio dormindo num ponto de ônibus em Brasília há anos atrás, esses rapazes estavam no lugar errado e na hora errada, problema deles afinal, a sociedade hipócrita que nos rodeia quer mais é que tenham jovens e mais jovens como os agressores para fazerem aquilo que todo mundo tem vontade e não tem coragem, e fingem que existem direitos, direito a que? A se esconder, a se disfarçar, a mentir para as pessoas isso é direito? Gozado que na hora dos impostos não preciso declarar que quem esta pagando é um homossexual, afinal dinheiro é igual, independente de onde venha não é, pois é, e até quando? Hoje está havendo uma manifestação na Paulista, palco dessa atrocidade, espero que a polícia não venha com cavalaria e bomba de efeito moral, afinal contra esses imbecis não houve, espero que a sociedade veja essa manifestação como uma forma de dizer estamos aqui, somos assim e não vem com essa de respeitar as diferenças porque não somos diferentes, diferente é o que não é normal e somos normais, amamos, choramos, rimos, sofremos, fazemos tudo o que todo mundo faz, então sem essa, a cor da pele não faz ninguem diferente, porque sexualidade tem que fazer? Sonho com o dia em que não existirão mais rótulos, quando realmente houver respeito e não tolerância, quando os homens entenderem que somos todos seres humanos, não heteros, homos, ou trans, apenas seres humanos. Fazendo um trocadilho com a famosa frase: Espera que será tamén!!!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Finados, fiados, viados. Até quando a homofobia

Ai, ai, ai, olha eu aqui divagando de novo, coisa de gente sem serviço, rsrsrs, mas tudo bem, o que fazer no dia de finados? Ver reportagens sobre visitas em cemitérios, cheiro de flor, variações nos preços das flores, coisa estranha né, como a morte move dinheiro, uns meses atrás li o "Nas Intermitências da Morte" do Saramago, bom só por ser Saramago ja diz tudo, mas não vamos falar de autor e obra, vamos só pensar no quanto ele escancara, como sempre, o lado digamos, no mínimo comercial, da morte, e vendo os documentários puxa, verdade, mas como minha cabeça não faz nada que preste começou a viajar, pois é né, dizem que o século XX foi o século das guerras, ja que o assunto é morte não posso deixar de pensar em todos os que morreram numa guerra, ou nas guerras, principalmente no Holocausto, tudo porque um louco resolveu espalhar que uns eram melhores que outros, coisa estranha, não sei se pior é o cara falar ou o povo embalar na conversa, como que uma nação inteira acredita nisso? Quantos finados, quantas famílias destruídas, quantas lágrimas. Isso me entristece. Aí pra ajudar leio um texto sobre o jeitinho brasileiro, puxa, como o brasileiro é um cara esperto, não trabalha, passa a perna em todo mundo e ainda acha isso legal, cara é muito estranho, porque a gente vê isso e acha legal, o aluno cola na prova e o pai acha que ta certo, o vizinho faz um gato de uma tv a cabo e tadinho, qual o problema ele não esta me prejudicando mesmo, a pessoa recebe um troco errado e vai embora se achando o cara mais esperto do mundo, e a pessoa que ouve a fofoca, aumenta e não se preocupa com a reputação das pessoas envolvidas, meu deus, como o brasileiro é um povo esperto, talvez por isso ele esteja tão bem colocado no cenário internacional e a população viva tão bem, mas todo mundo aplaude, uma pena. Aí, um jogador de futebol é chamado de viado por um dirigente de time e o juiz se limita a dizer que futebol é coisa de homem, um designer é agredido com um taco de beisebol, morre e ta tudo certo, pessoas são assassinadas e agredidas por serem homossexuais e ninguem faz nada, ao contrário, são viados, o que é isso, que valores são esses, não são viados, são seres humanos, pessoas que não estão efetivamente prejudicando ninguém, nem mentindo para professores e recebendo titulações que não tem conhecimento para sustentar, o que pode levar a "acidentes" gravíssimos, não estão roubando a distribuidora de TV a cabo nem a de energia, porque na minha opinião, levou não pagou é roubo, não importa se é Robin Hood ou se é colarinho branco, roubo é roubo, estão apenas sendo felizes e como a felicidade é proibida na nossa sociedade, quem realmente vive feliz é tido como pervertido, inconsequente, vagabundo quando na realidade esta apenas sendo feliz, uma pena, pena porque, mentira é mentira, roubo é roubo, fofoca é fofoca, e amor é amor, não existe amor hetero ou gay, existe amor, o mesmo sofrimento que o hetero sente ao ser desprezado o gay também sente, o mesmo desejo que move o hetero move o gay, os mesmos hormônios, tudo igual, então qual a diferença entre uma união civil hetero (casamento civil) e uma união civil homo ( ou de pessoas do mesmo sexo) olha onde chega o grau de hipocrisia, até os nomes eles floreiam e a gente acha legal, afinal nos estão dando direito a plano de saude, testamento e aposentadoria, mas e o direito de ser gente, de dizer que amo, de poder apresentar meu parceiro ou parceira como o que são e não como amigo ou primo distante? Esse só através da educação, de um projeto sério de conscientização, costumo dizer que existe uma linha muito tênue entre respeito e tolerância, o que a sociedade está fazendo é tolerar, já que tem que ser então vamos dar umas migalhas e eles ficam bem, afinal os viados ja enchem a paulista todo ano, não dá pra fingir que não existem né, mas e o respeito, enquanto o mundo for dividido em gays e heteros não haverá respeito, esse só existira quando o mundo for de pessoas, sem classificações, sem rótulos, sem distinções, sem falsas aceitações nesse dia talvez "o brilho dos olhos seja mais importante que a cor da pele" e as orientações sexuais. Ai pra variar falei demais, vou guardar o resto pro próximo, um abraço a todos

sábado, 30 de outubro de 2010

Leis da física, ou leis sociais? Salve Maquiavel, o maior de todos os físicos!!!

Ai , ai, la vou eu de novo, eu e minha cabeça que não pára. Estava aqui lendo os comentários sobre o debate de ontem e pensando, qual será a formação dos concorrentes, porque esses pelo menos têm formação né, rsrsr, de qualquer forma podem saber muito de política e de estatísticas mas com certeza não entendem nada de física, nunca devem ter ouvido termos como Conservação da energia, conservação do momento, conservação da carga elétrica, conservação da massa, e principalmente conservação da corrente elétrica, essa ultima importantíssima porque afinal indica que toda a corrente que flui na direção de um nó em um circuito elétrico tem que obrigatoriamente fluir para fora desse nó, ou seja, a corrente não pode ser simplesmente criada, tal lei também é conhecida como lei dos nós de Kirchoff, aí eu, que não tenho nada pra fazer, comecei a fazer uma analogia se o circuito for a sociedade, o nó a parcela mais necessitada e a corrente o fluxo de dinheiro, me pergunto, de onde está saindo esse dinheiro já que por um princípio físico básico (e acredito que também por um princípio econômico) o dinheiro não pode simplesmente surgir na conta do povo, ou nos cofres públicos. Obrigatoriamente sou levado a concluir que esse dinheiro deve vir dos impostos que pagamos, ou melhor, que a classe média paga, porque as classes menos privilegiadas têm alíquotas mais brandas, que vão de redução a até mesmo isenção, os ricos tem abatimentos por tudo e mais alguma coisa e um departamento contábil inteiro para priorizar esses abatimentos, e a classe média, coitada, que não entende muitas vezes nem como se faz um imposto e muito menos como se sonega, o pequeno e o micro empresário, carrega a carga tributária nas costas, e é espremida todos os dias, principalmente porque não vejo nenhuma proposta voltada a ela, na nossa analogia a pilha que faz o circuito funcionar. Nesse caso sou obrigado a pensar que esse dinheiro das bolsas e ajudas esta saindo de impostos, impostos que eram pagos para a saúde, a educação, o transporte, o saneamento, a segurança e se a lei física está correta e nossa analogia for boa, o fato de abrir mais um ramo nesse circuito significa que vai menos corrente (dinheiro) para essas diretrizes, que deveriam ser prioridades. Bom aqueles que não pararam de ler ou que não enfartaram com a minha falta de caridade cristã e entendimento social podem refutar dizendo que com isso o poder de compra do cidadão aumentou, o que faz com que o fluxo seja acentuado, bom, se quatro compram cinco ou um compra vinte, acredito que o resultado econômico final é o mesmo mas não sou especialista e posso estar falando besteira, aliás, mais uma, físicos deveriam se preocupar apenas com leis naturais, não sociais, como me disse um amigo meu, rsrsrs. A grande pergunta é, não tem capacitor nesse circuito, ou seja, alimentamos com fonte, damos dinheiro, damos dinheiro, damos dinheiro, até quando? indefinidamente? porque não vejo investimento em geração efetiva de empregos, empregos do século XXI, no qual todos sabem que uma economia sólida não se baseia na agricultura ou pecuária, então nossos auxiliados, ou circuitos paralelos, nunca saíram disso, logo sempre vai sair dinheiro pra isso. Nossa acabo de perceber que ninguém me perguntou se quero dar meu dinheiro pra eles, claro são impostos, o próprio nome já diz, é compulsório, nossa, ninguém me perguntou o que devem fazer com o dinheiro do imposto que na teoria se torna público, claro, quem resolve isso é o executivo, pra isso votamos nele, ah, agora sim, me perguntaram quem eu queria lá, verdade, eu fui la e votei, eu e mais milhões de brasileiros, que na grande maioria, ... nossa... não são a classe média, ou seja, aquela que paga a conta, mas então quem são? nossa... justamente a classe baixa, ah então agora entendo, estava errado no começo, peço desculpas, nossos candidatos entendem de física, a segunda lei da termdinâmica e o princípio da mínima ação, os sistemas físicos buscam a forma mais fácil de se manter sem gasto de energia seguindo o caminho mais fácil para a obtenção do resultado final, se o resultado final é o circuito funcionando, ou seja a corrente passando pelo nó então a massa votante está certa, vamos manter as bolsas e os benefícios, afinal, é a forma mais fácil de ganhar dinheiro, e os governantes estão certos, fazem o que o circuito quer, evitam resistências e num curto-circuito social se mantém no poder. Entendi, físicos deviam se preocupar apenas com as leis da natureza mesmo.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

E a crítica? O gato comeu, o gato comeu e ninguém viu!!!

Voltei, é engraçado como é difícil fazer as pessoas entenderem que as coisas são mais que o agora, o famoso "Efeito Novalgina", rsrs, dá até nome de filme, hoje conversava com um colega sobre a educação no Brasil, descobri que a forma de educação praticada hoje, imediatista teve sua origem durante o regime militar, uau, me arrepiei afinal o que era bom pra eles não pode ser bom para a democracia, a menos que deus e o diabo joguem buraco à noite depois que todo mundo dorme, o que seria no mínimo estranho, rssr, mas de qualquer forma em certo momento da conversa um outro colega se posicionou a favor da censura, uauuuuuuuu novamente aquele arrepio, censura é o embrião de uma ditadura, não importa a intenção, Arthur Kestler, em seu livro Gladiadores, escreveu uma frase que simplesmente adoro: não há nada mais perigoso que um ditador com boas intenções, a essência da democracia é literalmente a liberdade de expressão, e a do educador é a de ensinar seu aluno a ter crítica suficiente para discernir entre o que é aceito e o que não o é, infelizmente a conversa não foi bem assim, girou em torno de um livro escrito por determinado humorista que colocava para os alunos o que fazer para detonar a escola, ótimo, ele simplesmente deu um manual para o professor, porque folheando o livro não li nada que o aluno já não fizesse, no fundo o livro força uma revisão no nosso conceito de escola, até quando vamos adestrar ao invés de educar, vamos punir ao invés de ensinar, vamos perder oportunidades para trazer uma discussão enriquecedora para o aluno porque estamos mais preocupados com o conteúdo que no final o aluno decorará para a prova e dois dias depois terá esquecido, isso quando não colar, fui  para casa triste com o rumo da conversa, me perguntando se realmente faço o meu papel de educador e o pior, se realmente a escola cumpre seu papel, no meio da tarde, assistia uma aula numa instituição renomada no meu mestrado quando um dos alunos questionou o professor a respeito de determinada operação matemática que nada tinha de trivial, resposta:não sei porque é assim, mas não tirei da minha cabeça, estava no livro, puff, novamente o fantasma se levanta, li nas entrelinhas, estou formando pesquisadores, cientistas, cabeças pensantes, mas me resumo ao que esta escrito num livro sem questionar a fonte, ou pelo menos tentar entender de onde vem, deu certo, isso me basta, novamente o gosto de Novalgina sobe pela minha garganta, meu Deus, em que mundo estamos, ninguém critica, ninguém discute, ninguém revê as instituições, não estou com aquele papinho piegas de vamos diminuir o conteúdo ao que é necessário, mas defendo que além do conteúdo aconteça reflexão, de que adianta o aluno 200 dias em uma instituição que sequer o ouve? Que não o ensina a ouvir seu par, porque ouvir o professor e ser obrigado a aceitar é fácil, mas e o seu par, a opinião divergente, os argumentos do outro, os próprios argumentos, enfim, crítica, não é essa a sociedade que Sócrates e Platão defendiam, pela qual homens morreram, quando a escola vai assumir seu papel mais de formadora e menos de adestradora, horários, uniformes, procedimentos burocracia, tudo muito regrado, mas e a discussão, a escola é pra que, para levar a discussões ou para adestrar, entendo a necessidade de normas e de se ensinar a segui-las mas e a crítica, a mesa redonda, o ser humano, esse se perde, afinal, a história de Vigotsky e seu cachorro sempre deu certo né, porque deixaria de dar agora, talvez nosso país melhore quando os dirigentes escolares se lembrarem que dirigem pessoas para formar cidadãos, não dirigem cachorros para adestrá-los a cumprir normas vazias, baseando-se numa filosofia de um regime que ja se foi.