quinta-feira, 28 de outubro de 2010

E a crítica? O gato comeu, o gato comeu e ninguém viu!!!

Voltei, é engraçado como é difícil fazer as pessoas entenderem que as coisas são mais que o agora, o famoso "Efeito Novalgina", rsrs, dá até nome de filme, hoje conversava com um colega sobre a educação no Brasil, descobri que a forma de educação praticada hoje, imediatista teve sua origem durante o regime militar, uau, me arrepiei afinal o que era bom pra eles não pode ser bom para a democracia, a menos que deus e o diabo joguem buraco à noite depois que todo mundo dorme, o que seria no mínimo estranho, rssr, mas de qualquer forma em certo momento da conversa um outro colega se posicionou a favor da censura, uauuuuuuuu novamente aquele arrepio, censura é o embrião de uma ditadura, não importa a intenção, Arthur Kestler, em seu livro Gladiadores, escreveu uma frase que simplesmente adoro: não há nada mais perigoso que um ditador com boas intenções, a essência da democracia é literalmente a liberdade de expressão, e a do educador é a de ensinar seu aluno a ter crítica suficiente para discernir entre o que é aceito e o que não o é, infelizmente a conversa não foi bem assim, girou em torno de um livro escrito por determinado humorista que colocava para os alunos o que fazer para detonar a escola, ótimo, ele simplesmente deu um manual para o professor, porque folheando o livro não li nada que o aluno já não fizesse, no fundo o livro força uma revisão no nosso conceito de escola, até quando vamos adestrar ao invés de educar, vamos punir ao invés de ensinar, vamos perder oportunidades para trazer uma discussão enriquecedora para o aluno porque estamos mais preocupados com o conteúdo que no final o aluno decorará para a prova e dois dias depois terá esquecido, isso quando não colar, fui  para casa triste com o rumo da conversa, me perguntando se realmente faço o meu papel de educador e o pior, se realmente a escola cumpre seu papel, no meio da tarde, assistia uma aula numa instituição renomada no meu mestrado quando um dos alunos questionou o professor a respeito de determinada operação matemática que nada tinha de trivial, resposta:não sei porque é assim, mas não tirei da minha cabeça, estava no livro, puff, novamente o fantasma se levanta, li nas entrelinhas, estou formando pesquisadores, cientistas, cabeças pensantes, mas me resumo ao que esta escrito num livro sem questionar a fonte, ou pelo menos tentar entender de onde vem, deu certo, isso me basta, novamente o gosto de Novalgina sobe pela minha garganta, meu Deus, em que mundo estamos, ninguém critica, ninguém discute, ninguém revê as instituições, não estou com aquele papinho piegas de vamos diminuir o conteúdo ao que é necessário, mas defendo que além do conteúdo aconteça reflexão, de que adianta o aluno 200 dias em uma instituição que sequer o ouve? Que não o ensina a ouvir seu par, porque ouvir o professor e ser obrigado a aceitar é fácil, mas e o seu par, a opinião divergente, os argumentos do outro, os próprios argumentos, enfim, crítica, não é essa a sociedade que Sócrates e Platão defendiam, pela qual homens morreram, quando a escola vai assumir seu papel mais de formadora e menos de adestradora, horários, uniformes, procedimentos burocracia, tudo muito regrado, mas e a discussão, a escola é pra que, para levar a discussões ou para adestrar, entendo a necessidade de normas e de se ensinar a segui-las mas e a crítica, a mesa redonda, o ser humano, esse se perde, afinal, a história de Vigotsky e seu cachorro sempre deu certo né, porque deixaria de dar agora, talvez nosso país melhore quando os dirigentes escolares se lembrarem que dirigem pessoas para formar cidadãos, não dirigem cachorros para adestrá-los a cumprir normas vazias, baseando-se numa filosofia de um regime que ja se foi.

2 comentários:

  1. Estavamos discutindo isso hoje na minha escola . Incrível como hoje as pessoas têm preguiça de pensar , assim como o professor que se diz intelectualizado porém sem capacidade de contestar o conhecimento hoje boa parte da sociedade se prende a beber festejar e assistir TV. estamos cada vez mais perto da ignorância, A cada vez que a arte é censurada , e que a democracia é corrompida há a certeza de que cada vez mais pessoas agem como estatuas que "se limitam em si próprias " . A única saída é a educação em que o aluno não receba a informação somente , mas tambem aprenda a pensar como defesa à mídia que hoje trata as pessoas como rebanhos ...

    Eu só não entendi por quê um ditador bem intencionado é perigoso ...

    Parabéns pelo blog !

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  2. Fala Lucas, o ditador bem intencionado é perigoso porque além de tudo ele justifica suas atitudes na "boa intenção" uma forma na realidade de driblar a própria consciência, muitas vezes nos deixamos embriagar pelo poder, seja ele qual for e acabamos justificando isso para nós mesmos, é o que a frase quis dizer, um abraço

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